terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Chamado

Deitado na cama ele olha o teto, o cansaço era enorme. A pálida Luz da lua iluminava o espelho do quarto e refletia timidamente no teto. Os olhos ardem, pesam, fecham. Dorme. Silencio intenso, escuridão profunda.

Barulho de água, corpo molhado, Chuva! Ele abre os olhos. Frio! Estava no meio de um bosque, arvores gigantes reinavam por todo lado. O céu parecia chumbo, nuvens grossas e pesadas se arrastavam com o vento. Estava numa trilha, num bosque escuro por causa do tempo. A trilha estava pesada por conta da lama, o vento fustigava a face do rapaz, os pingos pesados batiam com ardência sobre a pele.
Resolveu caminhar, escorregava de vez ou outra por conta da terra molhada. Estava lá, sabia disso. Estava no mundo de Menahe, mas nunca encontrara aquela terra assim, nublada, chuvosa, fria e assustadora. Caminhou por algum tempo, a trila foi se espaçando, as arvores dando lugar a pequenas campinas com gramados macios e molhados.  Casebres em ruínas distanciavam-se umas das outras, ervas cresciam a volta delas, em umas das casas Marcelo viu luz. Parecia que alguém estava com a lareira acesa, ia passar por lá, saber onde estava, comer alguma coisa, se aquecer. Chegou na casa, antes de bater uma voz forte o mandou entrar. Era a voz, era Ele, o seu amigo. Ele entrou.
Era Menahe. A lareira não estava acessa, a luz vinha da pele dourada do Homem parado ao centro da cabana, seus cabelos cacheados vermelhos tinham a intensidade de fogo, Dele um calor intenso irradiava, mantendo o frio longe daqueles que perto estavam, bastava ficar perto de Menahe e o frio, a chova, o medo cessavam. Com uma roupa simples, um manto de pano cru e descalço o Homem chama Marcelo para sentar no chão do casebre de frente para ele. Marcelo senta, Menahe também, a energia desprendida dele era impressionante, revigorava as forças, espantava qualquer sentimento, medo, algo nocivo da mente, perto dele o rapaz sentia-se humano novamente.
-Bem vindo Marcelo, é sempre ótimo recebê-lo aqui.
- Menahe, saudades sempre. É sempre ótimo te ver, mesmo que em sonhos.
-Porque “mesmo que em sonhos”? Indagou Menahe.
-Porque queria que fosse real, queria te ver quando acordasse.
-Estar aqui comigo Marcelo é mais real do que em seu mundo, estar comigo é viver de verdade.
-Entendo, desculpe.
-Você não precisa se preocupar, tudo parece confuso, mas vão se esclarecer. – Completou Menahe cheio de Amor.
-Da outra vez que estive aqui foi tão lindo, numa praia, tempo agradável. Hoje da chovendo, tudo parece tão triste.
-Por isso te chamei aqui meu amigo. Tempos escuros estão vindo sobre essa terra, tempos de trevas. E quero que você seja meu parceiro na libertação do povo que meu Pai criou.
-Como?
-Essa chuva e tristeza vêm da escuridão e do mal que se instalou nesse mundo, essas casas já foram habitadas por famílias felizes, hoje criaturas sombrias habitam nesses bosques, escravizando e devorando  os habitantes daqui. O tempo de redenção chegará, mas por enquanto preciso de um guerreiro que me represente, e escolho você, você levará meu nome e combaterá as trevas e seu imperador.
-Mas mo quer aconteceu. Como esse imperador chegou aqui?
-Os reis dessa terra, responsável pelo equilíbrio e pela preparação da vinda de meu Pai entregaram o governo desse mundo as mãos do mal, foram lubridiados. Somente uma magia poderosa que somente eu e meu Pai conhecemos pode libertá-los dessa escravidão. O tempo está para chegar, mas quero que anuncie essa boa nova. Vá e pregue sobre a guerra e sobre o Grande Guerreiro, o libertador dos homens.

CONTINUA

2 comentários:

  1. Ai ai que saudade de Adamah, as terras de Menahe! Embora eu como oráculo tenha sofrido muito por lá é sempre bom fazer parte da história. kkk Espero que Marcelo não se deixe intimidar pela lama fustigante... Se resistirmos ao imperador, ele fugirá de nós, pois o Grande Guerreiro já nos garantiu a vitória. Estou ansiosíssima pela continuação...

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